Com o argumento da otimização da lotação dos Peritos Médicos Federais (PMF) Garça, mais uma vez, assiste (sem nada poder fazer) a perda de um serviço realizado no município. Desde março os segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) têm que se deslocar para Marilia ou Bauru para realização de perícia médica, com o objetivo de obterem benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e benefício assistencial à pessoa com deficiência. Segundo Assessoria de Comunicação Social do INSS/SP, não há alteração para os benefícios que não dependem de perícia médica, como aposentadoria por idade e por tempo de contribuição, entre outros. “Acho tudo isso um descaso. A gente que já não tem tantos recursos ainda têm que ir até Marília ou Bauru para conseguir um benefício. É longe, fora de mão e dá vontade de desistir”, disse uma segurada garcense que busca o auxílio- doença. A agência em Garça abrange os municípios de Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Gália, Ubirajara e Fernão, e, de acordo com dados da assessoria, foram realizadas 260 perícias médicas em fevereiro e 149 em março. Mesmo assim, o Instituto coloca que o fechamento da perícia médica da Agência Garça faz parte do redimensionamento da perícia médica federal. “Após extenso estudo gerencial da força de trabalho, dos indicadores de eficiência e da infraestrutura de cada APS, bem como das características de distribuição populacional e das distâncias entre as agências, a administração decidiu pelo fechamento do serviço de perícia médica nessa unidade. O objetivo da alteração proposta é a otimização da lotação dos Peritos Médicos Federais (PMF) e a disponibilidade ou não do serviço de perícia médica nas APS de cada região do Estado de São Paulo”, coloca a assessoria. De acordo com o Instituto, a redistribuição dos peritos para outras APS próximas vai ampliar a capacidade de trabalho e propiciar a redução do tempo de espera pelo atendimento e de represamento da perícia médica. Segundo a assessoria, o tempo médio de espera pela perícia é de 22 minutos em Bauru e 11 minutos em Marília, em média. A afirmação da assessoria é contestada por vários segurados que dependeram do serviço na agência em Marília. “Onze minutos? Nunca. Eu estava agendada para às 14h20. Fui atendida às 15h30 e conversando com as pessoas que estavam lá, todos disseram que a demora é todo dia. Na minha senha estava marcada que o tempo médio de espera seria de 20 minutos. Fui conversar com o auxiliar e por duas vezes ele me disse que eu era a segunda, mas…”, disse a garcense. Outra segurada garcense, que passou por uma cirurgia no pé, reclamou da demora, e da localização do prédio. “Esperei cerca de 40 minutos, depois do horário que eu estava agendada. Um lugar longe, tudo difícil. O médico chegou e nada de chamar”, reclamou ela. “Destacamos que, momento em que o segurado liga para o telefone 135 ou acessa o site inss.gov.br para agendar a perícia, ele é informado de quais localidades oferecem o serviço”, informou a assessoria. O fato é que o principal afetado será o segurado, principalmente os que moram em cidades menores ainda terão de arcar com o custo do deslocamento. A perda do serviço em Garça se soma a outras que o município vem amargando como o fechamento de uma agência do Banco do Brasil e o fim do Projeto Guri.
Fonte: 670 Am